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Por: redação Brazilian Will
11/04/2025, 06:00

Felicidade Segundo Aristóteles, Epicuro e Kant – Quem Tinha Razão?

Todos queremos ser felizes, mas o que é, afinal, a felicidade? Três grandes nomes da filosofia – Aristóteles, Epicuro e Kant – dedicaram reflexões profundas a essa questão. Cada um ofereceu uma resposta diferente, moldada por sua visão de mundo. Neste artigo, comparamos essas ideias para entender não só o que cada pensador pensava, mas o que ainda podemos aprender com eles hoje.

Aristóteles – Felicidade como realização do potencial

Para Aristóteles, a felicidade (eudaimonia) não é um sentimento passageiro, mas o resultado de uma vida bem vivida. É alcançada por meio da prática da virtude e do uso pleno da razão. Ou seja: ser feliz é viver de acordo com a sua natureza racional e desenvolver seu caráter ao longo da vida.

Não se trata de prazer momentâneo, mas de um estado duradouro que surge da excelência moral, intelectual e da contribuição para a sociedade.

Resumo da ideia: Felicidade é florescer como ser humano, através da virtude, da razão e da ação justa.

Epicuro – Felicidade como ausência de dor

Epicuro, muitas vezes mal compreendido como defensor do hedonismo puro, na verdade defendia uma vida simples. Para ele, a felicidade está na ataraxia, ou seja, na ausência de perturbações da alma e de dores físicas.

Prazer, para Epicuro, não era excesso ou extravagância, mas sim tranquilidade, moderação e amizade. Viver bem é evitar os desejos desnecessários e cultivar os prazeres estáveis e naturais.

Resumo da ideia: Felicidade é viver sem medo e sem dor, com prazer equilibrado e mente tranquila.

Kant – Felicidade não é o principal objetivo

Para Kant, a felicidade não pode ser o foco central da vida moral. A verdadeira dignidade do ser humano está na ação correta, feita por dever, independentemente das consequências.

Ele não negava a importância da felicidade, mas acreditava que ela era incerta e subjetiva demais para ser a base da moral. O importante, segundo Kant, é agir com boa vontade e seguir princípios éticos universais.

Resumo da ideia: A busca da felicidade é legítima, mas deve ser guiada pela razão moral, não pelos desejos.

Comparando as Visões

  • Aristóteles: Felicidade é desenvolver virtudes e viver com excelência.
  • Epicuro: Felicidade é evitar sofrimentos e cultivar prazeres simples.
  • Kant: Felicidade não deve ser prioridade; a moral vem primeiro.

Quem Tinha Razão?

Não há resposta única. Aristóteles valoriza o aperfeiçoamento pessoal, Epicuro ensina a buscar equilíbrio e paz, e Kant lembra que nem tudo que nos faz felizes é moralmente certo.

Talvez a melhor resposta seja: há momentos da vida em que cada um deles tem razão. Há dias em que precisamos da ética rigorosa de Kant, outros em que a serenidade de Epicuro é mais útil, e fases em que o projeto de vida de Aristóteles faz mais sentido.

Conclusão

Felicidade é uma ideia que atravessa séculos e ainda nos desafia. Ao olhar para Aristóteles, Epicuro e Kant, encontramos não só divergências, mas também caminhos complementares. Cada um oferece uma lente valiosa para refletir sobre a vida que queremos viver — e como podemos torná-la mais significativa.


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